Tem que malhar, tem que suar!
Essa era a chamada do slogan propagada pelo ator e esportista Nuno Leal Maia em campanha do Governo Federal para promover a saúde e tirar a população do sedentarismo nos anos 1970 e início dos anos 1980. Quem ditava o ritmo do esporte era a cidade do Rio de Janeiro. Os irmãos compositores e também esportistas Marcos e Paulo Valle entoavam nas novelas o tema “tem que malhar, tem que suar”
Praia e sol era a melhor combinação para a prática da corrida, chamada de “jogging”, numa época em que os exercícios aeróbicos (ou aeróbio) eram divulgados pelo então preparador físico da Seleção Brasileira Claúdio Coutinho, que usava o método do Dr. Kenneth Cooper para o treinamento dos jogadores que encantaram o mundo na Copa do México, em 1970, quando o Brasil foi tricampeão mundial.
Os primeiros grupos de corrida começaram a se reunir no Rio de Janeiro com a criação da CORJA (Corredores de Rua do Rio de Janeiro), formada pelos corredores Rodolfo Eichler, engenheiro e hoje diretor das principais provas de rua do Brasil, Fernando Azeredo, empresário, e José Inácio Werneck, jornalista, hoje comentarista da ESPN que na época divulgava os benefícios da prática da corrida na coluna do Jornal do Brasil até lançar a revista VIVA, uma publicação específica de corrida.
A primeira vez que um grupo de corredores se reuniram para treinar juntos em São Paulo foi em 1982, quando nascia a CORPORE – Corredores Paulistas Reunidos.
O local marcado para o encontro era o estacionamento do CEPEUSP – Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo. Naquela época, éramos apenas dez corredores: Fernando Nabuco, Victor Malzoni Jr., Manoel Garcia Arroyo, o “Vasco”, Wilson Fugimura, José Antônio de Oliveira Meirelles, Flávio e Octávio Aronis, Flávio Nunes Campos, Hélio Takai e eu.
Percorríamos 10 km quase que diariamente. Fazíamos o percurso hoje conhecido como “Biologia”, largando em direção à Faculdade de Educação Física e percorrendo toda a extensão da raia olímpica. Seguíamos então pelo IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas -, passávamos pelo bosque e aí enfrentávamos a subida da “Biologia”. Descíamos a rua da “concha acústica” para então retornarmos ao local de partida. Esse percurso passou a ser conhecido como “Volta da USP”.
Nesse mesmo ano, os corredores da CORJA e CORPORE começavam a preparação para a Maratona de Nova York. Esse seria o primeiro grupo a representar o Brasil na mais famosa maratona do mundo. Os anos passaram e cada vez mais brasileiros começaram a se interessar em treinar para completar os 42.195 metros na Big Apple.
A partir daí, reunir-se em grupo para correr em busca de um mesmo objetivo, além de tornar a prática muito mais prazerosa, era a melhor forma de manter a motivação em alta nos árduos meses que antecediam ao grande desafio.
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