Desafio 2.000 km

“Não são nossos pés que nos transportam, e sim nossa mente”

No ano de 2016, o maratonista José Cássio Oliveira Santos, morador da Comunidade do Real Parque, procurou seu técnico e perguntou: Você me autoriza a correr 2.000 km até Nova Açores na Bahia?

Ele respondeu com outra pergunta: Por que você quer fazer isso?

“Como estou correndo em média 4.000 km por ano, acredito que sou capaz de correr até lá em 45 dias”, afirmou.

“Você vai precisar de apoio logístico para esse desafio e pelo menos mais 4 anos de treino para não ter nenhum risco de lesões que possam comprometer o seu futuro como corredor”, comentou seu técnico.

Com esse pensamento diário e intensificação nos treinos, José Cássio Oliveira Santos, 45 anos, estava pronto para o grande desafio, mesmo durante o longo período de “pandemia”.

No dia 20 de dezembro de 2020, às 6 horas e 20 minutos da manhã, saiu escoltado pelos amigos, parentes e torcedores da Comunidade do Real Parque, em São Paulo, capital, decidido a vencer os 2.000 km, sozinho por estradas desconhecidas em direção a Nova Açores, Bahia!

No primeiro dia percorreu 110 km sem paradas. A média diária foi na casa dos 80 km. Todas as corridas foram iniciadas às 5 horas e 30 minutos da madrugada.

“Na estrada, as manhãs são mais bonitas, diferente da cidade”, comentou Nino (como é conhecido na Comunidade).

“Eu passava o dia inteiro correndo, só parava às 18 horas em postos de gasolina na estrada para jantar e dormir.”

“Nos primeiros dias dormia no carro de apoio, mas acordava com os pés inchados.”

“Comecei a dormir no chão nos postos e acordava, bem – disposto!”

“Em dias ensolarados de muito calor, cheguei a ingerir 20 litros de água.”

“Para completar os 2.080 km, distância oficial, usei 5 pares de tênis doados pela Olympikus em 26 dias.”

“Iniciei o desafio com 69 quilos e completei com 61 quilos.”

“O mais importante de tudo isso é que me senti muito bem, não tive nenhum problema que atrapalhasse esse meu desafio.”

“Estou muito feliz. Agradeço a Deus pela proteção nessa jornada, a minha família pelo apoio, ao meu técnico por ter acreditado que seria capaz e pelas orientações, aos amigos e parceiros que me apoiaram e rezaram por mim.” José Cássio Oliveira Santos (@josecassio.oliveira.3)