A corrida chegou na hora certa!

Dia 04 de janeiro de 2016. Quatro e cinquenta da manhã. Despertador toca. Mesmo sem coragem eu levanto e me arrumo. Encontro o Magrão (Milton Pagano, jornalista), já umas cinco e meia, que me leva até o ponto de encontro. Primeiro treino de corrida com Wanderlei Oliveira, que me chamou para o esporte após uma matéria da São Silvestre, em dezembro de 2015. Sem café da manhã, comecei o treino. No aquecimento já me sentia fraca. Quando íamos começar, de fato, minha pressão baixou e, pela primeira vez, eu fiquei bem próxima de um desmaio. Sentei e passei a observar o grupo treinando. Qual meu nível de sedentarismo? Que vergonha! Caminhei enquanto o grupo mantinha o treino. A galera apostou que eu nunca voltaria. Quarta-feira voltei, me alimentei e comecei a pegar gosto pela corrida. Um ano depois…

Dia 04 de janeiro de 2017. Quatro e cinquenta da manhã. Continua difícil ter que levantar. Cogito dormir mais cinco minutos. Pulo da cama sem pensar muito. O reflexo no espelho quase não se enxerga ainda. Faz um ano que fui ao Ibirapuera e passei vergonha. Faço o balanço mental. Logo eu que nunca tive facilidade em nenhum esporte. Logo eu que sempre preferi assistir e falar sobre. Não é que gostei da corrida? (Mérito todo ao WO!) No caminho até a Pista de Atletismo vou relembrando. Gostei, treinei, fiz minha primeira prova de 5K. Que emoção. Nada se compara a corrida de rua. Mais uma semana e uma prova de 8K. Tá tudo bem. Caiu uma meia maratona incrível, no Rio de Janeiro, no colo. Mas, Giovana, você não vai conseguir! Oi? Converso com o Wanderlei, crio forças e aceito o desafio! Quatro meses de treino e 21K na conta! Não foi fácil, é verdade, mas valeu cada esforço.

Uma das melhores sensações da vida! Superação! (Se você leu até aqui, te indico essa experiência pra vida, sério!) A prova de 10K veio depois. Quem entende? A vida não precisa de lógica!

A corrida chegou na hora certa. Me ensinou a esvaziar a mente. A corrida foi um refúgio pra minha ansiedade. Ela me ensinou que você tem total controle sobre seu corpo, mas o mais importante é o controle sobre a sua mente.

A corrida foi minha válvula de escape em um tempo de loucura. Logicamente ela não veio sozinha! Se engana quem pensa que corrida é esporte individual, sem o grupo não sou. Um empurra o outro. Um motiva o outro. Existe algo mais mútuo?

É verdade que esse retorno foi na melhor hora também. Ideias no lugar. Cabeça tentando ser cada dia mais leve e buscando se melhorar. Levar tudo isso mais a sério. 2017 trouxe essa nova força e vontade de seguir. A corrida é como a vida, que presente! Nosso relacionamento não foi o mais estável nesse ano que passou, é verdade, mas ele foi dos mais significantes possíveis e marcou – independente de qualquer coisa. Espero que ele se fortaleça!

Que venham mais quilômetros!

Observação final: Quem ainda não corre: vem! Quem já corre: vamos correr! Tô empolgada ou não? Hahaha! E com dores do treino de hoje também!

Giovana Pinheiro, jornalista, Instagram e Twitter @giapinheiro