Quenianos vencem 99ª edição da São Silvestre, mas brasileiros têm lugar no pódio

Agnes Keino, campeã de 2024 (Paulo Pinto/Agência Brasil)

Agnes Keino e Wilson Too foram os campeões de 2024 dos 15 km da atraente corrida pelas ruas e avenidas de São Paulo, mas os brasileiros Núbia de Oliveira, Johnatas Cruz e Tatiane Raquel conquistaram seus lugares no pódio

Wilson Too campeão de 2024 (Paulo Pinto/Agência Brasil)

Os africanos mantiveram a hegemonia dos últimos anos na edição 99 da Corrida Internacional de São Silvestre, nesta quarta-feira (31/12), no percurso de 15 km por ruas e avenidas de São Paulo, que fechou o calendário esportivo e do atletismo de 2024. Os quenianos Agnes Keino (51:25) e Wilson Too (44:21) foram os campeões de 2024, numa corrida que teve a participação recorde de 37.500 participantes e largada em ondas.

A 99ª Corrida Internacional de São Silvestre recebeu Selo Ouro e Permit nº 32/2024 da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt)

Desde 2007 os africanos vencem no feminino e desde 2011 são campeões também no masculino. Mas os brasileiros também tiveram boa performance com lugares no pódio com a baiana Núbia de Oliveira, a paranaense Tatiane Raquel da Silva e o mineiro Johnatas de Oliveira Cruz.

Johnatas cruz foi quarto no pódio masculino (Paulo Pinto/Agência Brasil)

Na prova feminina, o pódio teve dobradinha do Quênia. Agnes Keino e Cynthia Chemweno (52:11) abriram logo no início, correndo lado a lado – passaram juntas pelo km 5. Agnes abriu após o quilômetro sete e correu sozinha até o fim. O pódio teve duas brasileiras, com boa participação na corrida. A baiana Núbia de Oliveira (53:24) venceu a tanzaniana Anastazia Dolomongo no sprint, nos últimos metros da chegada na Avenida Paulista.

Nubia de Oliveira, terceira e melhor brasileira (Paulo Pinto/Agência Brasil)

A atleta olímpica e recordista brasileira dos 3.000 m com obstáculos Tatiane Raquel da Silva ainda obteve a quinta colocação (53:51) e mais um lugar no pódio para o Brasil.

“Dá pra sonha mais. Hoje a gente mostrou a nossa força, fui terceira, estou muito feliz com o meu resultado. Estou muito feliz. Quero agradecer Jaguarari, Campo Formoso, o povoado do Flamengo, o meu treinador Ferreirinha. Hoje fui terceira colocada, mas podemos acreditar que uma brasileira pode sim ganhar a São Silvestre”, disse Núbia, de 22 anos. 

Tatiane Raquel da Silva em sexto (Paulo Pinto/Agência Brasil)

Coube ao mineiro da pequena cidade de São Pedro dos Ferros Johnatas Cruz ocupar mais um lugar no pódio, o quarto posto (45:32). Fábio de Jesus Correia chegou na sexta posição. “Quero agradecer a Deus, dar parabéns ao Fábio, agradecer a Minas Gerais – São Pedro dos Ferros – onde está a minha família torcendo e me vendo”, disse Johnatas, de 34 anos.

“Eu fiz uma prova mental e fui buscado pouco a pouco, porque não é fácil. Para um corredor de alto rendimento, as vezes a gente treina muito o físico, mas temos que treinar principalmente a cabeça”, completou Johnatas, que foi frentista e coletor de lixo antes de ser atleta profissional. 

Pódio feminino
1ª) Agnes Keino (Quênia) – 51:25
2ª) Cynthia Chemweno (Quênia) – 52:11
3ª) Núbia de Oliveira (Brasil) – 53:24
4ª) Anastazia Dolomongo (Tanzânia) – 53:29
5ª) Tatiane Raquel da Silva (Brasil) – 53:51


Pódio masculino
1º) Wilson Too (Quênia) – 44:21
2º) Joseph Panga (Tanzânia) – 44:51
3º) Reuben Poghisho (Quênia) – 45:26
4º) Johnatas de Oliveira Cruz (Brasil) – 45:32
5º) Nicolas Kosgei (Quênia) – 45:41

A Corrida de São Silvestre foi criada pelo jornalista Cásper Líbero em 1925, há cem anos, e se tornou a mais atraente corrida de rua do Brasil – só não foi realizada em 2020, por causa da pandemia da COVID-19. Desde então, é organizada pela Fundação Cásper Líbero (este ano com a Vega Sport). A CAIXA é patrocinadora máster.

As Loterias Caixa são a patrocinadora máster do atletismo brasileiro.

Wanderlei Oliveira

Técnico fundador do Clube Corpore, em 1982, e do Pão de Açúcar Club, em 1992. Desde 2000 é comentarista e blogueiro.

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Wanderlei Oliveira

 

Iniciou no atletismo em 1965. Já percorreu o equivalente à três voltas ao redor do planeta Terra. Técnico fundador do Clube Corpore, em 1982, e do Pão de Açúcar Club, em 1992. Desde 2000 é comentarista e blogueiro.

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