Meu pai Olavo de Oliveira era um esportista, gostava de futebol, corria e foi fundador da Escola de Samba Almirante na década de 1950. Cresci no mundo do esporte e do samba, entre ensaios e desfiles no Anhangabaú, Tiradentes e nos últimos anos no Sambódromo do Anhembi. Aos 18 anos, a carnavalesca Maria Aparecida Urbano minha professora de artes no Colégio Cardeal Mota, convidou-me para se preparar como Mestre Sala da escola paulista Imperador do Ipiranga.
O carnaval é a maior festa popular do Brasil e nessa época os foliões devem ter atenção redobrada.
Desfilar é como um treino para corrida – têm que se dedicar, ir aos ensaios da escola!
Semelhanças – E não é só a dedicação aos ensaios que o carnaval se assemelha com a corrida. A avenida do sambódromo possui 600 metros de extensão e as escolas têm no máximo 1h05min para atravessar e cada ala leva cerca de 20 minutos. Por isso, é importante se hidratar.
“Na concentração, enquanto estão cantando o samba e aquecendo, os responsáveis pelas alas deixam água para os passistas se hidratarem antes de entrar”.
Uma ocorrência comum no sambódromo é o desmaio de passistas durante ou após o desfile das alas. Isto acontece devido ao calor e às roupas pesadas que não permitem a transpiração.
“A fantasia não é igual à roupa de corrida. Desfilar no final de tarde ou mesmo em uma noite muito quente, a pessoa começa a ferver e se não estiver bem hidratada pode ter tonturas e passar mal”.
Além disso, na hora de sambar, os 600 metros da avenida ficam maiores.
“O gasto energético é de cerca de 400 calorias. Fazem-se movimentos com os braços elevados e movimenta-se a perna em zigue-zague e os 600 metros se transformam praticamente em uma prova de 5.000 metros”.
Por causa do esforço físico, é recomendável aos passistas seguirem uma rotina pré-carnaval parecida com a de uma maratona, ou seja, ter uma alimentação equilibrada, rica em nutrientes nos dias que antecedem o evento, descansar e se hidratar antes e depois da grande festa.
Recuperação – Depois da corrida o atleta precisa descansar e se recuperar antes de voltar aos treinamentos. Após o carnaval não é diferente.
“Há uma sobrecarga dos músculos da coxa e da panturrilha, devido aos movimentos repetitivos com a ponta dos pés, como se fosse à subida de uma ladeira. No dia seguinte não dá nem para pisar no chão de tanta dor, a recuperação leva 48 horas”.
Vale uma imersão em banheira, para aliviar as dores nas pernas.
Já os foliões ociosos precisam ter o mesmo cuidado que uma pessoa que inicia os treinamentos para correr.
“Tem que haver uma alimentação correta e fazer um check-up, pois há muito barulho e uma empolgação tão forte, que se não tiver com o coração preparado pode ter problemas”.
O importante é se divertir!
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