Somos idosos, velhos não!

Foto crédito: Nilton Maia (@niltonemaia) – XXVI Troféu Cidade de São Paulo

XXVI Troféu Cidade de São Paulo – O desafio dos 10 km

No início do ano, um amigo do atletismo há mais de 40 anos, que foi um grande campeão em provas de pista e rua nas décadas de 1980 e 1990, me desafiou para os 10 Km do Troféu Cidade de São Paulo no dia 25 de janeiro, dizendo que não seria capaz de correr para 50 minutos no circuito da prova com várias subidas.

Somos idosos, disse ele, temos mais de 60 anos, nossa época já foi, agora e só por lazer e diversão!

Mas, por que lançou o desafio. Aceitei e disse: quem perder paga o almoço.

Competir é saudável, estimula e nos mantém motivados com objetivos.

Ele nunca parou de correr, é um apaixonado pelo esporte e eu me desafiei em distancias longas, uma vez que minha especialidade eram os 200 e 400 metros em pista. Não foi fácil, tive que ser persistente, disciplinado e corajoso! Em vários momentos pensei em desistir.

Eu dizia para o meu subconsciente: para que isso esqueça os treinos, as provas. Isso cansa!

A prova com saída e chegada no Obelisco, no Parque do Ibirapuera, seguia pela Avenida Rubem Berta em direção ao aeroporto de Congonhas e retornava sentido a Assembléia Legislativa em direção a Avenida República do Líbano com retorno.

Percurso difícil, técnico que exigiria muito esforço e concentração.

Duas semanas antes da prova, realizei um treino técnico de ritmo na distância de 5.000 metros em pista, finalizando em 25 minutos e 30 segundos, média de 5 minutos e 6 segundos por quilômetro. Nesse dia, percebi que teria que intensificar mais os treinos para poder suportar e ritmo no dia da competição.

Chega o grande dia

A largada estava marcada para às 6h30 horas, às 5h30 já estávamos no Obelisco. Aquecemos e fomos nos posicionar no grupo da frente.

Ele sempre competitivo e perspicaz diz: – não vai ganhar a prova!

Saímos juntos, ou melhor, ele saiu na minha frente, mas logo o ultrapassei.
Corremos próximos até o quilômetro 5, onde passamos para 25 minutos e 12 segundos, dentro do programado. Estava sem cronômetro, mas ele comentou: estamos no ritmo, agora o bicho pega.

Segui em frente mantendo o ritmo nas longas e inclinadas subidas, e soltava nas descidas.

O segundo trecho da prova completei em 24 minutos e 50 segundos (split negativo) quando a segunda parte é mais rápida do que a primeira.

Resultado oficial: 50 minutos e 02 segundos, média de 5 minutos por quilômetro.

Como somos amigos, sempre torcemos um pelo outro e voltei para esperá-lo perto da chegada. Ele me vê e diz: já chegou!

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023, registrou o número de 40 milhões de idosos no Brasil. A população está envelhecendo tanto que as pessoas com mais de 60 anos no país é superior ao de crianças com até 9 anos de idade. 8 bilhões de pessoas habitam o Planeta Terra, em 2030, serão 2 bilhões de idosos!

Wanderlei Oliveira

Técnico fundador do Clube Corpore, em 1982, e do Pão de Açúcar Club, em 1992. Desde 2000 é comentarista e blogueiro.

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Wanderlei Oliveira

 

Iniciou no atletismo em 1965. Já percorreu o equivalente à três voltas ao redor do planeta Terra. Técnico fundador do Clube Corpore, em 1982, e do Pão de Açúcar Club, em 1992. Desde 2000 é comentarista e blogueiro.

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