Em 2009, conheci a cidade de Fort Lauderdale na Flórida, Estados Unidos. Os motivos que me levaram até lá foram, rever os amigos Marcelo Holcberg, ex-atleta, USA Triathlon Coach, o Aldo Virano, maratonista, 2h39 na Maratona de Chicago, Consumer Events Director e conhecer a prova de 13.1 milhas, ou meia maratona (21.1 km), para nós brasileiros.
Fort Lauderdale é uma belíssima cidade, formada por canais e casas dignas de cartão postal. Local preferido por celebridades americanas e até alguns brasileiros podem ser encontrados por lá. O principal veículo de transporte – são os barcos.
Na ocasião, estava ancorado no porto (que é o segundo maior porto turístico do mundo, o primeiro fica bem próximo, em Miami), o Oasis of the Seas. Na época o maior navio de cruzeiro do mundo. Construído na Finlândia, levou três anos para sua finalização. Têm capacidade para 6 mil turistas, mais dois mil tripulantes. Dá para imaginar, oito mil pessoas a bordo? Tem até pista de corrida. Como a largada da prova estava a poucos metros do Oasis, acredito que alguns dos tripulantes aproveitaram para dar uma corridinha em terra firme.
Fazendo uma analogia com a corrida de longa distância, podemos comparar o planejamento de um atleta. Primeiro, é preciso muita paciência. Construir uma base de anos, para suportar o peso (os quilômetros rodados). Debaixo para cima. Na corrida, das distâncias menores, para as maiores.
Os melhores corredores de meia-maratona e maratona da atualidade foram especialistas em provas de 5 e 10 mil metros em pista. Somente depois de muitos anos, rodados, com experiência, base, noção de ritmo, é que partiram para distâncias maiores.
Em uma viagem de cruzeiro (nesses imensos navios), o comandante (nesse caso o corredor), é que determina a velocidade, para chegar ao destino. Economizando combustível, preservando o equipamento e apreciando a paisagem. Com esses pequenos cuidados, pode se ir muito longe. Sem acidentes.
O meu ritmo cruzeiro foi traçado. Duas semanas antes da prova, participei dos 10 K de Santos Dumont, no Campo de Marte, em São Paulo. Completei a prova em 44 minutos e 54 segundos. Em Ft. Lauderdale passei os primeiros 10 quilômetros para 44min56 (com várias passagens por pontes) e os 10 quilômetros finais para 44min59 (apesar de ser mais plano, vento contra, calor e areia do mar no asfalto, devido à ressaca na noite anterior a prova).
Não é coincidência, é planejamento! O que você faz nos treinos técnicos e provas preparatórias, você transfere para as competições principais. Não tem segredo. É só analisar com seu técnico. Resultado final de 1h36min19seg, média de 7min22 por milha, ou 4min30 por quilômetro.
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