Os coelhos são atletas contratados pela organização para ditarem o ritmo de uma determinada prova e por uma certa distância.
Tudo isto, acertado anteriormente com o clube, empresário, técnico e patrocinadores do mesmo.
No exterior, os brasileiros são conhecidos por serem excelentes “coelhos” atletas que ditam o ritmo da prova para um ou vários competidores que pretendem estabelecer novas marcas ou recordes mundiais.
Um “Cordeiro” vencedor
Em 1994, Vanderlei Cordeiro de Lima foi convidado para ser o coelho da Maratona de Reims na França, para ajudar um atleta francês a melhorar o resultado da prova.
Disciplinado como sempre “Cordeiro” saiu na frente ditando o ritmo sugerido pela organização do evento, onde sua missão terminaria no quilômetro 21,1 (meia-maratona). Ao passar pela marca em ótimas condições físicas, perguntou ao organizador que estava no carro madrinha (carro com relógio que vai à frente do atleta líder) se poderia continuar até o quilômetro 30, e assim o fez. Ao passar novamente bem, gesticulou se poderia continuar, uma vez que o segundo colocado (se perdia de vista da organização). Resultado final: campeão na sua estréia.
A história se repetiu alguns anos à frente quando a convite do NYRRC Clube dos Corredores de Nova York que organiza a famosíssima maratona fora convidado para ser o “coelho” até o quilômetro 21,1. Só que desta vez cumpriu o combinado.
Esporte de competição é coisa séria
O atletismo profissional exige o máximo do praticante, e quando o atleta esta pronto para uma prova específica, ele entra concentrado e determinado no seu objetivo: – terminar dentro do tempo planejado, mesmo que não seja o vencedor.
Os “falsos coelhos” são aqueles corredores que entram em determinados trechos da prova à frente dos atletas que comandam a prova só para aparecer com os seus patrocinadores estampados na camiseta.
Existem também os “falsos cordeiros” que se inscrevem na prova. Se preparam com o objetivo de correr para valer. Mas na hora H, inventam a desculpa de que irá “puxar” a namorada, um amigo, o tio, o pai… Hoje, a organização de várias provas, instituiu o “pacer” que são os “marcadores de ritmo”. É só escolher o ritmo que você pretende fazer na competição e acompanhá-los.
Os treinos técnicos, qualitativos, cumprem essa função de aprender a correr no ritmo determinado. Ninguém fará alguém correr mais rápido em uma prova se a pessoa não estiver preparada. Essa idéia é falsa. Pode sim, fazer a pessoa parar ou diminuir o ritmo pelo exagero.
Como dizia o craque Didi, da seleção brasileira de futebol: “treino é treino” e “jogo é jogo”. Vale o mesmo para a corrida.
Se você quer treinar: treine. Quando estiver preparado para competir: compita.
Agora se quer ser amigo ou fazer uma “graça” com a namorada, incentive-a nos treinos e deixe que ela se divirta e conquiste com orgulho seus resultados com as próprias pernas.
Enquanto isto…faça sua prova e vá espera-la na chegada. Aí sim festejar depois.
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