O desafio do craque Neto na Corrida Internacional de São Silvestre

Foto crédito: Wander Roberto (Gazeta Esportiva)
Foto crédito: Wander Roberto (Gazeta Esportiva) – Águas de Lindóia – Pré-Temporada – NETO e WO

A história começou assim: – foi um desafio lançado ao jogador do Corinthians, que diziam que estava gordo, fora de forma e não era capaz de jogar 45 minutos, o que dirá correr.

Dois meses antes da 72ª. edição da Corrida Internacional de São Silvestre (1996), o jogador José Ferreira Neto, 30 anos, meia do Corinthians, iniciou os treinamentos visando os 15 km da corrida mais popular da América Latina. O principal objetivo era eliminar de 6 a 8 quilos e melhorar seu condicionamento físico. O professor Flávio Trevisan, preparador físico do Corinthians foi o responsável por acompanhar o Neto no dia-a-dia.

Os treinos de corrida às 6 horas da manhã e fortalecimento muscular no período da tarde. Na pista de atletismo do Estádio Ícaro de Castro Mello no Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, no Ibirapuera, as segundas e quartas-feiras, foram realizados os treinos técnicos para melhorar sua capacidade aeróbia e anaeróbia, que teve o acompanhamento médico do Professor Doutor Renato Fraga Moreira Lotufo, fisiologista do Corinthians.

Devido a sua evolução nos treinos, a meta era cruzar a linha de chegada entre 1h35 e 1h30. Na época a prova era realizada às 17 horas, em pleno verão (temperaturas altas e umidade elevada), além do difícil trajeto onde os últimos 2,5 km é subindo a Avenida Brigadeiro Luiz Antonio.
Com o tempo de 1h29min10seg, foi o 5.893 no geral entre os mais de 10 mil corredores. Suas parciais foram: 5 km, 27min12 e nos 10 km, 56min50, com média final de 5min56 por km. Ótimo resultado para um estreante de corrida, destacou Trevisan.

Neto SS96
Eduardo Baptista (748 – filho do Nelsinho Baptista) – Neto (750) – WO (775)

Momentos especiais do craque Neto na São Silvestre

Quando a corrida era à noite: “Ela fazia parte da festa de passagem do ano e a gente não perdia uma pela televisão em Santo Antônio da Posse, a minha cidade, torcendo pelos brasileiros, mas admirando estrangeiros como o colombiano Victor Mora”
“Tive dificuldades no momento da largada, pois muita gente queria falar comigo, o que acabou tirando um pouco da minha concentração”
“O que me deixou impressionado, foi o apoio da torcida. As pessoas nos incentivam o tempo inteiro. Esta emoção do público faz diminuir o cansaço”
“Mostrei a todos que estou em forma. Não senti dor alguma e, apesar de ter sofrido uma crise de sinusite, agüentei o ritmo da prova”

“Sou grato aos dois, que me prepararam para essa corrida e sempre acreditaram que eu chegaria ao final, enquanto outras pessoas preferiram fazer piadas a meu respeito e duvidarem até que eu me apresentaria para a largada”

Wanderlei Oliveira

Técnico fundador do Clube Corpore, em 1982, e do Pão de Açúcar Club, em 1992. Desde 2000 é comentarista e blogueiro.

Adicionar comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Wanderlei Oliveira

 

Iniciou no atletismo em 1965. Já percorreu o equivalente à três voltas ao redor do planeta Terra. Técnico fundador do Clube Corpore, em 1982, e do Pão de Açúcar Club, em 1992. Desde 2000 é comentarista e blogueiro.

Categorias

O que andam falando…