A história de Jacob
O maratonista Jacob Nahmias foi destaque em “o contador de passos” na matéria da jornalista Fernanda Paradizo (@fparadizo). Jacob tem uma história interessante e “corre” na contramão de todos aqueles que são fãs dos cada vez mais sofisticados GPS, pedômetros e freqüencímetros. Mas, não é só por isso que ele se destaca.
Jacob Nahmias, 85 anos, comerciante, costumava correr em silêncio, observar a respiração, a biomecânica dos movimentos, durante os 40 minutos de corrida lenta conta 500 passadas.
Jacob, ou Jaques, para os amigos, afirma que: “O silêncio traz lucidez para a mente. Relaxa o corpo. Controla o estresse”.
Jacob que nasceu na Grécia e aos 2 meses foi morar em Israel onde viveu até os 23 anos. Era músico, tocava pistão na orquestra filarmônica de Israel. O maestro e seu professor lhe indicaram um curso em Paris, quando o navio em que estava atracou no porto de Gênova, Itália, resolveu acompanhar um amigo que vinha para o Brasil, que dizia ‘é terra do café e do carnaval, vamos ficar alguns dias, depois retornamos’, só que a passagem era só de ida.
A viagem durou 14 dias até o porto de Santos. Até parece a música “Melô do marinheiro, dos Paralamas do Sucesso”
Seu pouco dinheiro já estava por terminar quando um amigo viu no Jornal ‘O Estado de São Paulo’, na sessão de empregos, que precisavam de um repuxador na indústria Pelota-Peterco onde trabalhou por nove meses até se tornar comerciante. Aprendeu a ler e escrever o português com o Jornal ‘A Gazeta Esportiva’. Jacob, falava seis línguas (português, espanhol, francês, hebraico, árabe e inglês), trabalhava oito horas por dia.
Participou de quatro maratonas, três vezes em São Paulo 97 em 6h08, 98 em 5h45, 99 em 4h45 e a melhor em Paris 2000 com 4h07 (eu estava lá na chegada aguardando, após completar a prova em 3h07), no mesmo ano na Meia Maratona de Buenos Aires foi o quinto colocado com 1h53. Orgulhava-se em mostrar os troféus conquistados nas diversas provas que participou ao redor do mundo. Atingiu a marca de 300 troféus.
Shalom
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