No ano de 1999, fui convidado para acompanhar a Maratona de Berlim, na Alemanha; prova que em 1998, o brasileiro Ronaldo da Costa venceu estabelecendo o melhor resultado para os 42.195 metros (2 horas, 6 minutos e 5 segundos).
Levei dois atletas para participarem da maratona: Nivalda Cizicov, que fez 3 horas e 16 minutos e Sandro Figueiredo, 2 horas e 24 minutos, seus melhores resultados.
Ao final da prova, conheci o empresário José Carlos Romanholi que estreava em maratonas com 4 horas e 30 minutos.
Ao retornarmos para o Brasil, ele me procurou com objetivo de correr sua próxima maratona abaixo das 4 horas. No mês de outubro no ano de 2000, realizou seu sonho finalizando a Maratona de Nova York em 3 horas e 45 minutos.
Com objetivos mais audaciosos, iniciamos em dezembro de 2000 a preparação para a Maratona de Paris que seria no mês de abril, em 2001.
A cada três semanas, nos dirigíamos para o Sitio Santa Clara, na cidade de Morungaba, a 111 km de São Paulo, para os treinos em estrada de terra em região montanhosa.
O contato com a natureza e a paz para os treinos, inspirou o José Carlos Romanholi que completou a Maratona de Paris em 3 horas e 27 minutos, aos 42 anos. Feliz com a sua conquista, resolveu reunir seus amigos no sitio da família para celebrar. Ao final da festa, ele me perguntou o que achava de fazer um prova de 21 km em estrada de terra; de imediato respondi que seria uma prova muito difícil pelo tipo de piso e muitas subidas acentuadas com mais de 1 km de extensão.
Assim nascia em 2002, o primeiro Circuito Montanholi, que é uma associação do seu sobrenome Romanholi com as montanhas do percurso.
O vencedor da primeira edição foi Sandro Figueiredo, aos 30, com 1 hora, 23 minutos e 32 segundos. Para se ter uma idéia do percurso, o Sandro, tinha como melhor resultado 1 hora e 10 minutos na Meia Maratona da CORPORE, em São Paulo.
“Foi a competição mais desgastante que eu fiz, sofri para ganhar”, declarou Sandro Figueiredo.
Em 2002, 40 pessoas completaram a prova: 14 mulheres e 26 homens. Completei em 1 hora e 52 minutos, nessa época tinha como melhor resultado nos 21 km: 1 hora e 25 minutos na Meia Maratona de Buenos Aires, Argentina.
Curiosidades da prova:
– recepção com um banquete para o café da manhã a moda do Chef
– vários postos com água fresca servida em bandeja por garçons a caráter
– percurso aferido a cada quilômetro com trumeter (o José Carlos, o Sandro e eu que fazíamos)
– tapetes de cronometragem na largada, em pontos estratégicos no percurso e chegada
– pórtico de chegada na entrada do sítio com relógio de cronometragem
– carro madrinha para jornalistas, fotógrafos, convidados
– tiro de largada pelo prefeito da cidade de Morungaba
– as medalhas eram desenhadas pelo designer de jóias João Carlos Ambrosano (3h19 na Maratona de Rotterdam)
– todos que completavam recebiam a medalha especial e uma mortadela Marba
– massagem, crioterapia e piscina na chegada
– passeio de balão para os aventureiros
– confraternização, almoço com vários pratos especiais que o Chef preparava, champagne para brindar, whisky, vinhos italianos, português e franceses para acompanhar
“Começou com a organização impecável de um grande amigo fazendo uma confraternização. Cresceu tanto e rápido, que no ultimo ano até quenianos compareceram”, Paulo Cizicov.
“Foram provas organizadas com muito amor, carinho e profissionalismo. Eram aguardadas também e principalmente porque reunia muitos amigos. Eu estive nas 8 edições e ganhei até um prêmio de reconhecimento. Mas, o que valia mesmo era reencontrar os amigos”, Vicent Sobrinho.
“Tudo era planejado para que o corredor participasse da mais intensa meia maratona de montanha do Brasil. Percurso marcado a cada quilômetro, água à vontade, medalha aos inscritos e prêmios aos vencedores são alguns dos ingredientes de uma boa prova”, José Carlos Romanholi
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