A cabeça comanda e correr feliz não tem preço!

Foto crédito: Amanda Brambilla - SP City Marathon - Márcia Possari
Foto crédito: Amanda Brambilla – SP City Marathon – Márcia Possari

Ano passado fiz a Asics 21 km Brasilia, cerca de 50 dias pós uma maratona (Berlim) e pra mim foi bem duro realizar essa prova (mais psicologicamente que fisicamente). Parecia que toda a minha energia e concentração tinha ficado lá em Berlim, com isso, foi uma prova mais difícil de administrar, mas que consegui manter ritmo (porque estava treinada) e fechei em 1h41m.

Nesse ano, logo que passou a Maratona de Porto Alegre (11/06/2017), meu técnico sugeriu que eu fizesse os 21 km da SP City Marathon.
Sem pensar, logo de cara respondi que não, que talvez minha cabeça não processaria esse esforço de novo e que eu queria ter um tempo para treinar sem muito com que se preocupar (logo eu!)

Mas os dias passaram, olhei o percurso (algo inédito – nunca olho percurso – me julguem!) e vi que havia mudado em relação ao ano passado e pela primeira vez na vida eu teria a oportunidade de correr na Avenida 23 de Maio.
Meus amigos queridos também fariam a prova e estavam empolgados com essa novidade. Confesso, fui influenciada, e então após 15 dias do meu TAXATIVO NÃO, montei meu cronograma e avisei ao mestre que ia fazer essa prova sim.

Sem confessar para ele, eu tinha colocado na minha cabeça: “Marcinha: Sem metas!!! Vamos ver o que seu corpo responde! Vamos fazer uma prova feliz e encaixada! Se for para sofrer nem faz! ” (logo eu!)

Com esse mantra na cabeça, segui o treinamento, curtindo cada esforço e rodagem que tinha nele, mas para todos os amigos que me questionavam sobre tempo ou algo do tipo eu travava, pois não queria falar disso! E depois repudiava: quando fazer tempo virou obrigatório? Quero correr! Quero fazer meu melhor!

Até o dia da prova, vários amigos “sugeriram” que eu fosse no mesmo bonde/ritmo deles, claro, eu esquivei! Eu queria e precisava saber o que EU estava capacitada a fazer. Queria ter 21 km para observar, correr e curtir aquela “Emoção” de estar em um percurso diferente. Só Isso!

Larguei sozinha e logo me peguei apaixonada em estar ali no minhocão…pensando: Caraca é bacana correr aqui de novo! Nunca corri aqui no escuro/noite! Que massa!

Durante todo o percurso cruzei com pessoas queridas que estavam indo para os 21 km ou pra maratona (42.195 metros). As vezes algumas palavras, as vezes algum gesto, as vezes corríamos juntos sem dizer nada. Na Avenida 23 de Maio tive o prazer de correr 2 km com minha musinha atriz Amanda Brambilla. Engraçado que a única palavra que trocamos no final da Avenida 23 de Maio, foi: Vem! Não, agora vai!…e fui!

Me peguei rindo sozinha novamente perto do Parque do Ibirapuera, quando fiz o percurso que faço todos os dias de carro indo para o trabalho e agora fazia o percurso correndo! Que sensacional! Somo donos da ruas de São Paulo!

No ultimo quilômetro havia uma galera animadíssima na saída do Túnel (aquele túnel mais duro de 1 quilômetro), dando um gás pra quem saia dali sem ar! Vi vários rostinhos conhecidos gritando pelo meu nome: “Vai Marcinha” e me senti na obrigação de dar um gás. Chegando na rua do Jockey Club com aquelas placas que sinalizam os metros finais eu só conseguia pensar: Pau no Gato Marcinha! São 400 metros, apenas uma volta na pista de atletismo! (isso você já conhece!) …bora, Fúria! E assim dei aquele sprint que a gente sempre acha que não vai ter energia!
E pra variar terminei em êxtase, do jeitinho que acho que tem que ser cada prova!

E por incrível que pareça (na verdade que eu ache…porque se treina certinho o resultado saí), em um percurso bem mais difícil do que Brasília, meu tempo em São Paulo foi melhor: 1h40min.
O que posso dizer: A Cabeça comanda e correr feliz não tem preço!

Márcia Possari, 34 anos, contadora.

Wanderlei Oliveira

Técnico fundador do Clube Corpore, em 1982, e do Pão de Açúcar Club, em 1992. Desde 2000 é comentarista e blogueiro.

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Wanderlei Oliveira

 

Iniciou no atletismo em 1965. Já percorreu o equivalente à três voltas ao redor do planeta Terra. Técnico fundador do Clube Corpore, em 1982, e do Pão de Açúcar Club, em 1992. Desde 2000 é comentarista e blogueiro.

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