SP City Run foi uma prova especial, e como toda Meia Maratona, trouxe muitos aprendizados para mim.
Estava com muita vontade de correr essa prova. Este foi o primeiro ponto positivo: QUERER.
Largada 6 horas. Temperatura ideal: 16 graus. O clima estava maravilhoso e a galera estava super alto astral.
Eu sabia que meus maiores desafios na prova seriam ritmo e resistência.
Seguem algumas impressões e dicas que funcionaram pra mim e quem sabe poderão funcionar para vocês também:
PENSE EM UM ASSUNTO QUE TE ENTRETENHA
Corri forte o primeiro quilômetro. Fiquei tão entretida querendo achar o meu técnico, Wanderlei Oliveira, para pegar ritmo com ele, já que ele é o mestre do ritmo e tem o relógio nas pernas, que passei pelos primeiros 5 quilômetros achando que tinha corrido apenas 2.
Minha estratégia de prova era dividir o percurso em 4 partes de 5 quilômetros, e neste momento pensei aliviada: a primeira parte já foi.
LUGAR CERTO NA HORA CERTA
A passagem pela Praça da Sé foi um momento particularmente especial, parecia um cenário de filme e senti o universo conspirando a meu favor: Sou atriz e estava tocando Vivaldi, exatamente a música tema do espetáculo de teatro em que atuei chamado Cidade do Cão (inspirado em Dogville do diretor Lars Von Trier).
A emoção foi demais, mas engoli o choro para não perder o fôlego. Neste momento tive a certeza que estava no lugar certo e na hora certa.
ENCONTRE UM “COELHO”
Logo depois da Praça da Sé senti que precisava de um outro estimulo. Um corredor vestido de preto chamou minha atenção. Ele corria bem ritmado, porém um pouco mais rápido do que eu. Usei-o como “coelho” para manter meu ritmo. Mantive este foco do quilômetro 6 ao 9. Neste momento da prova, o dia começou a clarear. Bom dia sol! Vamos juntos!
AGARRE-SE A SUA PARCEIRA DE TREINO
Um pouco antes da tão esperada 23 de maio (com seus 2 quilômetros de subidinha) minha parceira sinistrona de treino, Marcinha Possari #fúria, apareceu e me incentivou a ir firme, o que me deu um “up” e fiquei feliz. Como estávamos num ritmo parecido, resolvi pegar o “bonde”com ela. Subimos juntas a 23 de maio e ultrapassamos o “coelho vestido de preto”. Eu estava me sentindo bem e confiante. Quando cheguei no topo da subida…Gente…. Estava “moooorta!”…e falei para Marcinha seguir em frente. Foi muito forte pra mim. Marcinha seguiu. E eu mantive meu ritmo programado pelo Wanderlei.
MANTRA PESSOAL
Depois da subida, aproximadamente no quilômetro 12 achei que ia “quebrar”. Me veio a cabeça: Ämanda, você puxou demais nos primeiros 10 quilômetros e por isso pode receber uma punição pela empolgação inicial e quebrar. Em seguida pensei de novo, agora diferente: Que isso Amanda! Ta doida?“. Logo na hora, mudei de atitude e comecei a repetir um mantra pessoal que utilizo nessas situações.
O ritmo voltou naturalmente. Segue o “baile”.
PERCURSO
Adorei o percurso embora tivesse mais subidas do que eu imaginava (muuuuito mais). Eu adoro a variação de terreno, não tenho medo de subidas, embora sejam sempre um pouco cansativas.
À FLOR DA PELE!
Lembro que perto do final da prova tinha uma escola de samba tocando para incentivar os corredores. De novo a emoção tomou conta de mim, os olhos encheram de lagrima e arrepiei. Este ano, no Carnaval, desfilei pela primeira vez na Sapucai (Rio de Janeiro) pela Portela, escola campeã, depois de tantos anos.
Lembrei, enquanto corria e a escola de samba tocava, da mesma sensação que tive ao entrar na avenida. Me senti flutuando…
Para fechar o incentivo musical da prova, um DJ no último túnel, deu todo gás que faltava pra terminar com empolgação. Amei!
SE AS PERNAS FALHAREM, VÁ COM O CORAÇÃO
Devo ressaltar que do quilômetro 18 pra frente segui pelo amor à sensação de correr. Depois de ter seguido o ritmo certinho durante a prova, os últimos 3 quilômetro seriam a cereja do bolo”, era só manter o foco.
Gente! Está se aproximando o final! Já vejo o pórtico de chegada! Sinto as pernas e os pés queimando. Vejo minha mãe na marca dos últimos 500 metros, que grita para eu soltar os braços e relaxar. Pronto! Era a energia final! AGORA É O SPRINT DOS LOUCOS! Chegueeeeeeiiiiii!
Eu ria e chorava como criança na chegada.
A vontade era me jogar no chão de tanto gargalhar. Exatamente isso!!!
Essa corrida…Deu onda.
Amanda Brambilla, 23 anos, 1h44, atriz.
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